Dos 30 anos sem Mané à centésima vitória no Engenhão
Nunca vi um jogo ao vivo de
Garrincha, nunca vi o Mané jogar em tempo real. Mas vi muitos vídeos, li muitas
crônicas e li uma biografia sobre ele. Não há dúvidas, o maior jogador de todos
os tempos foi Mané Garrincha, ele jogava como se nunca tivesse saído de Pau
Grande, todo jogo para ele era como uma das peladas que batia com seus amigos.
O futebol era uma brincadeira, era tanta alegria que contagiava a todos que o
viam jogar, não é à toa que Garrincha era a “Alegria do Povo”, a alegria de um
povo que sorria ao vê-lo brincar em campo, driblando seus adversários, fazendo
seus passes precisos e balançando as redes.
Foi no tempo de Garrincha, dos
anos 1950 aos anos 1960, que o Botafogo conheceu um de seus melhores momentos,
com um time forte, competitivo, que encantava o público. Mas, sobretudo, um
time que conquistava títulos, campeonatos cariocas, torneios Rio-São Paulo, um
campeonato nacional e a melhor campanha do Botafogo numa Libertadores, na qual
chegou invicto na semi-final contra o Santos de Pelé e Pepe.
Garrincha merece eternamente
nossas homenagens, não só a dos botafoguenses, mas de todos aqueles que gostam
e admiram o futebol. Dono da camisa sete no Botafogo e na seleção brasileira,
Garrincha é um eterno ídolo do futebol mundial. Morreu, infelizmente, vítima do
alcoolismo. Nunca conseguiu se curar dessa doença, depois de driblar e enganar
tantos marcadores, essa ele não conseguiu passar, essa lhe derrubou pra valer. Há
30 anos o anjo das pernas tortas nos deixava, uma parte da magia, da arte, da
beleza e do encanto do futebol foi com ele. Adeus Mané!
*
O Botafogo demorou um pouco a engrenar,
até os 17 minutos nenhum chute a gol, o que é normal em início de temporada, mas
em pouco mais de dez minutos matou a partida. Sobre os gols, algumas questões. Primeiro:
o ataque não fez nenhum gol, o jovem Henrique não começou bem, talvez o
nervosismo da estréia, talvez a posição que não é a dele, mas ficou devendo. Segundo:
dois gols dos nossos zagueiros, ótimo ter zagueiros que façam gols,
mas...Terceiro: Todos os três gols originados de bola parada, isso deve ser um
ponto forte, mas a criação de jogadas que nos levem ao gol é fundamental contra
times mais fortes.
Os melhores em campo na minha
opinião: Andrezinho, Lodeiro e Gilberto. O primeiro foi seguro o tempo todo,
organizou os ataques, fez um gol e participou dos outros. Lodeiro esteve muito
bem, articulado, chamando a bola, se movimentando bem. O garoto que substituiu
Lucas na lateral direita foi uma grata surpresa, esperto, inteligente, com bom
passe, rapidez e por pouco não foi recompensado com um.
O time começou bem a temporada,
matou a partida no primeiro tempo e administrou o segundo, poderia ter enfiado
uma goleada, mas resolveu recuar e se poupar. Os grandes ausentes da noite:
Seedorf e Loco Abreu. O holandês está sendo poupado e o uruguaio voltou para o
Uruguai, faz falta, pra mim ele tinha lugar no time e na ausência de Bruno
Mendes seria uma ótima opção. Uma pena, meu filho de seis anos ficou triste com
sua saída. Adeus Loco!
Por Wagner Teixeira
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